terça-feira, 16 de junho de 2020

1ª GUERRA MUNDIAL

Resumo Primeira Guerra Mundial

Conflito armado que começa em 1914 como uma disputa local entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia estende-se às potências imperialistas da Europa e atinge o mundo inteiro.
Conflito armado que começa em 1914 como uma disputa local entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia estende-se às potências imperialistas da Europa e atinge o mundo inteiro.
O estopim é o assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (1863-1914), herdeiro do trono austríaco, em Sarajevo (atual Bósnia-Herzegóvina). A guerra termina em 1918, causando a morte de mais de 8 milhões de soldados e 6,5 milhões de civis.

Resumo Primeira Guerra Mundial

Confrontam-se dois grupos de países organizados em pactos antagônicos: a Tríplice Aliança, liderada pela Alemanha, e a Tríplice Entente, que vence a guerra, encabeçada pela França.
A Europa perde sua posição na liderança planetária para os Estados Unidos (EUA), que assumem o comando das negociações mundiais e passam a ser o centro de poder do capitalismo.
A reorganização do cenário político no continente europeu e as condições impostas pelo Tratado de Versalhes ao perdedor, a Alemanha, levam à II Guerra Mundial. O mundo do pós-guerra assiste também à implantação do primeiro Estado socialista, a União Soviética (URSS).

Antecedentes

O choque de interesses imperialistas das nações europeias, aliado ao espírito nacionalista emergente, é o principal motivo do conflito.
No começo do século XX, a Alemanha se torna o país mais poderoso da Europa Continental após a Guerra Franco-Prussiana (1870) e a arrancada industrial propiciada pela unificação do país em 1871.
A nova potência ameaça os interesses econômicos do Reino Unido e os político-militares da Rússia e da França. As diferenças entre França e Alemanha são acirradas pela disputa do Marrocos. Em 1906, ele é cedido à França por um acordo.
A anexação da Bósnia-Herzegóvina pelos austríacos em 1908 causa a explosão do nacionalismo sérvio, apoiado pela Rússia.
Outros enfrentamentos, dessa vez entre Sérvia e Áustria após as Guerras Balcânicas, aumentam a tensão pré-bélica.
Esses conflitos de interesse levam à criação de dois sistemas rivais de alianças. Em 1879, a Alemanha firma com o Império Austro-Húngaro um acordo contra a Rússia.
Três anos depois a Itália, rival da França no Mediterrâneo, alia-se aos dois países, constituindo a Tríplice Aliança. A Tríplice Entente tem origem na Entente Cordiale, formada em 1904 pelo Reino Unido e pela França para se opor ao expansionismo germânico. Em 1907 conquista a adesão da Rússia.

O mundo em guerra

Em 28 de junho de 1914, o arquiduque Francisco Ferdinando, sucessor do Império Austro-Húngaro, e sua esposa são assassinados durante visita a Sarajevo, na Bósnia-Herzegóvina, pelo estudante anarquista sérvio Gravilo Princip.
Confirmada a cumplicidade de políticos da Sérvia no atentado, o governo austríaco envia em julho um ultimato ao governo sérvio. Exige, entre outras medidas, a demissão de ministros suspeitos de envolvimento com os terroristas. Como a Sérvia reluta em atender às exigências, o país é invadido pelos austríacos em 1º de agosto.
O complexo sistema de alianças que impera no continente conduz outros países europeus ao conflito. A Rússia declara guerra à Áustria e a Alemanha se junta às nações contra a Rússia. A França, ligada aos russos, mobiliza tropas contra os alemães. No dia 3 de agosto de 1914, o mundo está em guerra. Outras nações tomam parte dela em seguida: o Reino Unido alia-se à França; a Turquia, do lado dos alemães, ataca os portos russos no mar Negro; e o Japão, interessado nos domínios germânicos no Extremo Oriente, engrossa o bloco contra a Alemanha.
Ao lado da Entente entram outras 24 nações, estabelecendo uma ampla coalizão, conhecida como os países Aliados. Já a Alemanha recebe a adesão do Império Turco-Otomano, rival da Rússia e da Bulgária, movida pelos interesses nos Bálcãs. A Itália, embora pertencente à Tríplice Aliança, fica neutra no início, mas troca de lado em 1915, sob promessa de receber parte dos territórios turco e austríaco. Na frente ocidental, a guerra entre França e Alemanha não tem vitoriosos até 1918. Na frente oriental, os alemães abatem o Exército da Rússia.
Já fragilizado pela derrota na Guerra Russo-Japonesa, o povo russo atinge o ponto máximo de insatisfação com o conflito, o que gera condições favoráveis para a Revolução Russa. Com a derrota militar russa consumada e o risco de a Alemanha avançar pela frente oriental e atacar a França, os EUA entram na guerra e decidem o confronto. O objetivo do país na luta é preservar o equilíbrio de poder na Europa e evitar uma possível hegemonia alemã.

A paz

Em julho de 1918, forças inglesas, francesas e norte-americanas lançam um ataque definitivo. A guerra está praticamente vencida. Turquia, Áustria e Bulgária rendem-se. Os bolcheviques, que com a queda do czar russo assumem o poder após dois governos provisórios, já haviam assinado a paz em separado com a Alemanha, em março, pelo Tratado de Brest-Litovsk. A fome e a saúde precária da população alemã levam o país à beira de uma revolução social. Com a renúncia do kaiser, exigida pelos EUA, um conselho provisório socialista negocia a rendição. Em 28 de junho de 1919 é assinado o Tratado de Versalhes, que põe fim à guerra.

Antecedentes:

  • Disputas coloniais pela África em busca de matéria prima
  • Entrada tardia da Itália e Alemanha na partilha colonial
  • Disputas por mercados consumidores
  • Belicismo (corrida armamentista)
  • Enfraquecimento do império Turco
  • Guerra da Crimeia
  • Política de alianças
  • Assassinato do arquiduque Francisco Ferdinando (estopim)

A Guerra:

Blocos envolvidos:
  • Tríplice Aliança-> Turquia, Alemanha, Áustria, (Itália)
  • Tríplice Entente-> Inglaterra, França, EUA(1917) e Itália

Principais características e acontecimentos:

Inicialmente, uma guerra em três frentes.
1914  (1ª Fase)       
  • Ocidental: Alemães combatem franceses                  
  • Oriental: Alemães combatem os russos
  • Bálcãs: Austríacos contra sérvios
  • Turquia entra na guerra em busca de ilhas no mediterrâneo contra a Rússia.
  • Japão entra na Guerra objetivando colônias alemãs no Pacífico.
  • Invasão da Bélgica pela Alemanha objetivando a França.
  • Guerra de movimentos rápidos com avanços principalmente da Tríplice Aliança.
  • Os Alemães são detidos na Frente Russa e na França.
1915 a 1916 (2ª Fase)
  • Tem início a guerra de trincheiras onde os avanços são poucos e as mortes são muitas.
  • Utilização em larga escala de tanques e metralhadoras.
  • Bombardeamento por parte da aviação de cidades e tropas.
  • Estados Unidos e Brasil declaram oficialmente sua neutralidade.
  • As potências centrais começam a se enfraquecer por falta de reabastecimento.
1917 a 1918 (3ª Fase)
  • Os alemães começam a se utilizar gases tóxicos nas batalhas.
  • Recrudesce a guerra submarina alemã.
  • A Itália é derrota e detida pelos austríacos.
  • Navios dos Estados Unidos e do Brasil são torpedeados.
  • Estados Unidos declara guerra à Tríplice Aliança e desequilibra o conflito.
  • Brasil declara guerra à Tríplice Aliança e manda equipe médica.
  • A Rússia sai do conflito (tratado de Brest-Litovisk).
  • A Tríplice Aliança passa a sofrer varias derrotas e, não resistindo mais à superioridade inimiga, rende-se.

Consequências:

  • Assinatura do tratado de Versalhes, no qual a Alemanha é tremendamente humilhada.
  • Novo surto de industrialização no Brasil.
  • Os Estados Unidos tornam-se a primeira potência mundial.
  • Decadência econômica europeia.
  • Surgimento de regimes ditatoriais por todo o mundo.
  • Revanchismo alemão.
  • Ressentimento italiano.
  • Nova corrida armamentista.
  • 2ª Guerra mundial.

quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

História do Estado do Tocantins

Estado do Tocantins é o mais jovem entre os estados brasileiros. Foi criado no ano de 1988, juntamente com a promulgação da Constituição da República Federativa do Brasil. O território que hoje corresponde ao Tocantins, anteriormente pertenciam ao território do estado de Goiás.
Antes da colonização do Brasil, o território do Tocantins era ocupado por populações indígenas, das etnias Xingus e Txucarramães. No ano de 1625, missionários católicos liderados por Frei Cristovão de Lisboa, fundaram uma Missão religiosa no extremo norte de Goiás, o que teria sido o embrião do Tocantins que conhecemos hoje.
1730 e 1740 foram décadas importantes ocorrendo as descobertas de ouro no lado norte de Goiás, formando os primeiros arraiais no território do hoje estado do Tocantins (Natividade e Almas 1734, Arraias e Chapada 1736, Porto Real e Pontal 1738). Em 1740, Conceição, Carmo, Taboca e mais tarde Príncipe este último em 1770. Alguns como: Príncipe, Taboca e Pontal foram extintos. Outros resistiram ao fim da mineração e no século XIX tornaram-se vilas e mais tarde cidades.
No século XVIII, os bandeirantes chegaram à região pelo sul, em busca de ouro. Assim, estabeleceram-se na região duas culturas: a dos que vieram de São Paulo, ou sulistas, e a dos que vieram do norte e nordeste, chamada de nordestina.
Com a descoberta de ouro, a região logo tornou-se foco de grandes deslocamentos populacionais, num contingente enorme de pessoas em busca do grande Eldorado. Bueno foi declarado Superintendente das minas de Goiás que era jurisdicionada a São Paulo como intendência, a ele cabia manter a ordem legal e instaurar a os tributos.
A dificuldade de locomoção e acesso fez com que os habitantes do norte da região estabelecessem mais vínculos comerciais com os estados vizinhos (Pará e Maranhão) do que com os habitantes do sul. O mesmo ocorreu com os habitantes do sul, que se aproximaram comercialmente dos estados de Minas Gerais e São Paulo.
A partir de 1821, o movimento separatista se fortaleceu com a proclamação, entretanto sem êxito. Em 1920, as ideias separatistas afloraram novamente, e mais uma vez sem sucesso.
Com a criação do Distrito Federal e a construção de Brasília, a região norte do então estado de Goiás começou a se desenvolver. Eventos importantes como a construção da rodovia Belém-Brasília (BR153), a mineração de ouro e calcário e o extrativismo da madeira (principalmente do mogno) aceleraram o desenvolvimento da região, expandindo a população, a agricultura e o comércio.
A proposta separatista, para a criação de um novo estado, foi apresentada e aprovada no Congresso Nacional por duas vezes, mas os presidentes João Figueiredo e seu sucessor José Sarney a vetaram.
Finalmente, com a promulgação da nova Constituição brasileira, em 1988, foi criado o estado do Tocantins. A cidade de Miracema do Tocantins foi escolhida como capital provisória, até que a capital Palmas fosse construída.
Em 1989 iniciou-se a construção da nova capital, e em 1990 a sede do governo foi transferida para Palmas, que de então passou a ser a capital do estado do Tocantins.
Na década de 90, a nova capital atraiu milhares de migrantes de diferentes estados. Palmas é uma cidade planejada, assim como a capital do país, Brasília.
 Fonte: http://www.portaldotocantins.com/2015/11/15/historia-do-estado-do-tocantins/ 

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

TEXTOS PARA 8º ANO E.E. ANA AMORIM

As chuteiras sem pátria

Quando chega um fax com barulhinho de cornetas celestiais, eu já sei: é carta do Nelson Rodrigues. Não deu outra. Nelson me pedia para publicar um texto sobre a Copa, já que está sem contato nas redações: “Eu sou do tempo do Pompeu de Souza, do Prudente de Morais Neto... Não conheço esses meninos da redação...” . Muito bem, aqui vai seu comentário sobre o sábado da desgraça:
“Amigos, a derrota é um grande momento de verdade. Só diante da vergonha é que entendemos nossa miséria. Num primeiro momento, queremos encontrar uma explicação para o fracasso, mas fracasso não se improvisa — é uma obra calculada, caprichada durante meses, anos até. Não adianta berrar no botequim que o Parreira é uma besta ou que o Ronaldo é um gordo perna-de-pau. Não. Nosso fracasso começou antes, porque esta seleção não foi a pátria de chuteiras, foram as chuteiras sem pátria.
Para nossos jogadores ricos e famosos, o Brasil é a vaga lembrança da infância pobre, humilhada. O país virou um passado para os plásticos negões falando alemão, francês, inglês, todos de brinco e com louras vertiginosas. Não são maus meninos, ingratos, não, mas neles está ausente a fome nacional, a ânsia dos vira-latas querendo a salvação. O povo todo estava de chuteiras, para esquecer os mensalões e os crimes, mas nossos craques não perderam quase nada com a derrota, tiveram apenas um mau momento entre milhões de dólares e chuteiras douradas pela Nike.
Isso me faz lembrar o grande Neném Prancha do Botafogo: ‘Temos de ir na bola como num prato de comida!...’ Que frase profunda, esquecida hoje... Nosso time come bem e nem os jogadores, nem os técnicos, nem os roupeiros e massagistas viram o óbvio, ali, uivando, ululando nos vestiários: o time estava sem conjunto, os jogadores estavam presos a um esquema tático que contrariava suas vocações. Só o povo berrava: ‘Ronaldo está gordo, Ronaldinho tem de atuar mais livre, os jovens têm de jogar mais!’. E quanto mais o óbvio se repetia, mais o Parreira se obstinava em sua lívida teimosia... Por quê? Porque o técnico é sempre contra a opinião geral. Em vez de orientar as vocações dos rapazes, ensinando-lhes a liberdade, a coragem e o improviso, o Parreira achou que todos têm de caber em sua estratégia. O pior cego é o surdo. E jogador brasileiro não gosta de lei nem de planejamentos, quer inventar sozinho. O técnico devia ser um reles treinador, quase um roupeiro, humilde diante dos craques. Mas o Parreira parecia um ‘Mussolini’ de capacete e penacho. Teve vários sinais de tirania: só dava a escalação no vestiário, com os jogadores desamparados, na insônia da dúvida da convocação, não teve coragem de barrar as estrelas, como se isso fosse uma afronta ao passado e às multinacionais. Ronaldo fez gols, tudo bem, mas foi uma âncora pesada desde o início, em torno do qual os problemas giraram. Parreira ficou com medo dos jovens, e eu via em seus rostos o desespero do banco. Robinho arfava de rancor e só entrava quando era tarde demais. Robinho foi o único que chorou no final, ainda menino e puro. Quem teve a mãe seqüestrada sabe o que é tragédia. E, para escândalo do país, Robinho ficou de castigo. Ao final de tudo, Parreira disse a frase suicida: ‘Não estávamos preparados para perder!...’ Isso é a morte súbita, isso é a guilhotina. Sem medo, ninguém ganha. Só o pavor ancestral cria uma tropa de javalis profissionais para a revanche, só o pânico nos faz rezar e vencer, só Deus explica as vitórias esmagadoras, pois nenhum time vence sem a medalhinha no pescoço e sem ave-marias. Mas Parreira ignorou a divindade e acreditou em si mesmo, com a torva vaidade de uma prima-dona gagá, com pelancas e varizes.
Isso é o óbvio, mas foi ignorado. E quando o obvio é desprezado, ficamos expostos ao sobrenatural, ao mistério do destino. Por exemplo, por que começamos o jogo como um corpo de bailarinos eufóricos e, 15 minutos depois, ficamos paralíticos como sapos diante de cascavéis, com o Zidane dando chapéus até no Ronaldo? Será que diante da Marselha sofremos um pavor reverencial? Em 98, Ronaldo caiu em convulsões de cachorro atropelado no vestiário. E agora? Creio que no sábado não estávamos com medo da França, não, o que tivemos foi medo de nós mesmos, voltou-nos o complexo de vira-latas, inibidos como vassalos diante do Luís XIV, de sapato alto e peruca empoada. Foi assim em 98 e agora. A França é muito chique para filhos do Capão Redondo e de Bento Ribeiro.
Mas todos sabem que quem ganha e perde as partidas é a alma. E a nossa estava dividida entre o match e a linha de passe, entre o show e a vitória. Houve o episódio da meia do Roberto Carlos, que, um segundo antes do gol da França, estava ajeitando a liga como uma madame Pompadour. Pelé notou o descuido frívolo e trágico, pois guerreiro furioso não conserta a roupa na batalha. Esse pequeno gesto revelou bastidores de equívocos fatais, teorias e teimosias.
Outra coisa que nos matou foi a torcida. Nunca houve uma torcida tão desesperada por uns minutos de paraíso, de brilho. Foi diferente de 1950. Lá, sonhávamos com um futuro para o país. Agora, tentávamos limpar nosso presente. Explico: há um ano, somos uma nação de humilhados e ofendidos, debaixo da chuva de mentiras políticas, violência e crimes sem punição. Descobrimos que o país é dominado por ladrões de galinha, por batedores de carteira e pelos traficantes. Por isso, a população queria que o scratchfizesse tudo que o Lula não fez. Mas era peso demais para os rapazes. A dez mil quilômetros, os jogadores ouviam os gemidos ansiosos das multidões de verde e amarelo, como uma asma patriótica. Não esperávamos uma vitória, mas uma salvação. Só a taça aplacaria nossa impotência diante da zona brasileira, a seleção era nossa única chance de felicidade. Queríamos a taça para berrar ao mundo e a nós mesmos: ‘Viram? Nós brasileiros somos maravilhosos!’
Mas não deu. É só.”


Arnaldo Jabor


"Chiquérrimo" quer educar ricos e famosos

O livro de Glória Kalil é um manual de boas maneiras num tempo grosso

Li o livro de Glória Kalil, "Chiquérrimo", e meus olhos mudaram. Eu não sou chique, mas queria ver quem era. Botei uma bermuda amarela e saí por aí, levando uma "cachorra" pela mão, com ela se equilibrando em cima de um par de plataformas douradas, com a calça bem justinha de modo que sua bunda fosse uma espécie de terceira pessoa a nosso lado, a bundinha ali, atual jóia maior de qualquer mulher, entramos num restaurante metido a besta e resolvi mostrar que sou tão chic quanto aqueles babacas ali. Comecei dando logo um esporro no garçon que me ofereceu o menu e eu perguntei: "O que se come de bom por aqui?E ele me disse com as narinas pálidas: "De tudo, senhor".  "Ah, tem de tudo? Então me traz  rã com bertalha!", berrei olhando para os lados, e vários senhores chiques desviaram os olhos, mas a minha "cachorra" riu  bem alto, para alegria dos chics que puderam olhar sua bundinha mais calmamente. Aí,  eu fiquei meio invocado e já iamos começar a discutir a relação, quando o meu celular tocou. Claro que era o Zé da Ilha que começou a me encher o saco e eu então berrei, para que todos ouvissem: "Dinheiro, meu filho, não me falta... graças a Deus, agora que vendi minha casa lotérica eu quero é ser chic!Eu era o escândalo do restaurante. De propósito, pedi logo champagne e caviar e minha "cachorra" chegou a cantar a música do Zeca Pagodinho: “vocês sabem o que é caviar, nunca vi nem comi eu só ouço falar!”. Aí, eu fiquei olhando a turma ali daquele boteco chic. Quem disse que eles eram mais chiques do que eu? Eu nasci na "perifa" e continuo lá, mas dava para ver a caretice dos mauricinhos em volta.

Notei que ninguém prestava atenção em ninguém. Vi que o principal problema dos chics falsos é que eles não vêem ninguém a não ser eles mesmos, e como ninguém vê ninguém, era aquela solidão...

Saí pelas ruas, restaurantes, lojas, teatro, "lounges" e vi. Vi os sorrisos deslumbrados das botocudas (de Botox) entrando no bar fazendo bico com os lábios para realçar os "botoxinhos", triunfantes princesas de um império invísivel, acompanhadas de barrigas e bigodes, vi o rápido flash da gorgeta-quase-suborno de um gordo para lhe arranjarem a mesa da janela, vi o olho do garçon grato e envergonhado e vi sorrisos... Todo mundo sorrindo, bocas abertas, dentes, dentes, ninguém quieto, todos sorrindo para fotógrafos, vi os risos para esconder o medo e vi o medo por trás dos risos como uma epidemia de síndrome de pânico gargalhante, não vi a displicência chic que invejo nos fleugmáticos, só vi olhos buscando reconhecimento, vi a vaidade vicejando em cada rosto, ninguém via ninguém e todos eram vistos só por mim, vi as pernas douradas das peruas, cobertas de sedas e jóias, vi que o "ancien regime" continua vigente, que suas toalettes rococós são remotas lembranças de uma imaginária monarquia cafona, vi duquesas de lycra, baronesas de silicone, condessas pop com tatuagem na bunda e correntinha no tornozelo, todas competindo com as putinhas, vi que minha "cachorra" queria ser perua e as peruas queriam ser "cachorras", vi as cirurgias reparadoras, bigodes pintados, cabelos acaju, vi pochetes de dois mil dólares, bolsas de 3 mil, Vuittons falsas, Pradas fajutas, vi meias brancas em sapatos pretos e meias pretas vice-versa, vi verdes "fines herbes" entre dentes recém-capeados, vi zíperes de calças abertos, vi peitos para fora do soutien, sincronizados com gritinho de falso pudor, vi frases que nem eu, cafajeste de carteirinha, diria, vi um gordo falando que tinha trocado uma mulher de 50 por duas de 25, vi peitos abertos com colares de ouro em cascata, vi blazeres com brasão de almirantes, vi cabelos implantados como canteirinhos de piaçava, vi unhas grandes no dedo mindinho e vi a chegada das celebridades, invadindo as casas, os teatros, como trens barulhentos, gargalhando, luzindo sob os flashes e sempre furando filas, nariz para cima, os caninos brancos rindo para os fãs caninos, de caneta na mão com guardanapos úmidos pedindo autógrafos, vi o misto de desprezo com vaidade das celebridades dando autógrafos como bênçãos divinas, vi os casamentos de atrizes durarem duas semanas, entre duas edições de "Caras", vi roupas de onça, de zebrinha, de tigre e de dálmata, vi barrigas de cervejudos, vi garçons humilhados por banqueiros de cabelo sujo, vi metrossexuais querendo ser homossexuais sem ter coragem, vi maus-hálitos, excreções, rebotalhos, flatulências, eructações, babugens, oleosidade em caras tensas e a angústia aparecendo nos sovacos das camisas de seda, vi gargalhadas ocultando falências iminentes, vi corruptos sendo saudados como heróis nas churrascarias entre picanhas e chuletas e vi honestos sendo humilhados pelas esposas por pouco dinheiro, vi braceletes falsos, dentes falsos, risos falsos, bundas falsas, ricos falsos, vi casais se odiando diante do prato, vi caras amarradas, mulheres falando como crianças, ostentando fragilidades sedutoras, vi piadas de mau gosto com gargalhadas e perdigotos, vi bêbados caindo sobre bêbadas, vi paparazzientrando na porrada com câmeras quebradas, vi porteiros puxa-sacos com rostos transidos de rancor, vi jantares, óperas, coquetéis, comemorações oficiais, vi casamentos comandados por peruas de walkie-talkie, vi noites de gala, bailes, premiações.

Afinal pensei: o que é ser chiquérrimo? Na dúvida voltei para a "perifa", pro boteco do Zé da Ilha. Lá tem pagode, tem até crime, mas há uma educação pobre, uma delicadeza popular que não vi na cidade. Entendi o que Glória Kalil diz no livro dela: Chiquérrimo é aquele sujeito que respeita os outros, que valoriza a amizade, o amor, a beleza, que quer ser amado, mas não força a barra. Glória Kalil ensina em seus livros: equilíbrio, harmonia, um convívio respeitoso e feliz. Glória tem uma utopia: educar a burguesia. Não sei se consegue, mas seu livro nos ensina que, mal-empregada, até a elegância pode ser uma forma de violência

Arnaldo Jabor

O IDIOTA E A MOEDA - Arnaldo Jabor

O IDIOTA E A MOEDA
(Arnaldo Jabor)

Conta-se que numa cidade do interior um grupo de pessoas se divertia com o idiota da aldeia. Um pobre coitado, de pouca inteligência, vivia de pequenos biscates e esmolas.

Diariamente eles chamavam o idiota ao bar onde se reuniam e ofereciam a ele a escolha entre duas moedas: uma grande de 400 RÉIS e outra menor de 2.000 RÉIS. Ele sempre escolhia a maior e menos valiosa, o que era motivo de risos para todos.

Certo dia, um dos membros do grupo chamou-o e lhe perguntou se ainda não havia percebido que a moeda maior valia menos.

- Eu sei, respondeu o tolo. "Ela vale cinco vezes menos, mas no dia que eu escolher a outra, a brincadeira acaba e não vou mais ganhar minha moeda”.

Podem-se tirar várias conclusões dessa pequena narrativa.
A primeira: Quem parece idiota, nem sempre é.
A segunda: Quais eram os verdadeiros idiotas da história?
A terceira: Se você for ganancioso, acaba estragando sua fonte de renda.

Mas a conclusão mais interessante é: A percepção de que podemos estar bem, mesmo quando os outros não têm uma boa opinião a nosso respeito.

Portanto, o que importa não é o que pensam de nós, mas sim, quem realmente somos.

O maior prazer de um homem inteligente é bancar o idiota diante de um idiota que banca o inteligente.

Preocupe-se mais com sua consciência do que com sua reputação.

Porque sua consciência é o que você é, e sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam... é problema deles.


Obediência - Uma palavra aos jovens e adolescentes
Tipo: Jovens libertos / Autor: Fernando de Oliveira

 
“Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões” (At. 9.5)

A obediência nunca foi bem vinda na vida do ser humano. A criança começa a engatinhar, descobre como se abre o armário e daí derruba as panelas faz a maior bagunça e quando a mãe vai falar alguma coisa a criança não gosta, porque se agrada mais em fazer o que não é bom a obedecer sua mãe. E assim por toda vida a natureza humana luta contra a obediência.

E uma das fases da vida que é mais difícil obedecer é fase da adolescência e também da juventude. Como é difícil obedecer os pais nesta fase e também a Deus. Aos pais é difícil porque pensamos nesta fase que não dependemos mais de ninguém. A Deus porque o que o mundo oferece para o jovem é diabolicamente atrativo através da mídia e dos amigos. 

Mas a Bíblia diz em Pv 6.20 “Filho meu guarde o mandamento do teu pai e não deixe a lei da sua mãe” e ainda “Fugi dos desejos da mocidade” (2Tm 2.22).O diabo sabe que quando um jovem ou adolescente começa a trabalhar para Deus não se conformando com o mundo é um perigo para o inferno porque a posição que Deus coloca o jovem e o adolescente é altíssima. Está escrito em 1Jo 2.14 “...Jovens vos escrevo porque sois fortes, a palavra de Deus está em vós e já venceste o maligno”. A posição de Deus é esta, mas quantos de nós estamos nesta posição? 

Muitas coisas o jovem ou adolescente ouve hoje em dia e cabe a ele mudar. Alguém diz “É assim porque é jovem”, o outro diz, “só podia ser adolescente”, e outros diz “O jovem é a igreja do amanhã”. Onde está isto na Bíblia??? A Bíblia diz que somos fortes e já vencemos o maligno, portanto não somos o amanhã e sim o hoje! Esta é a posição de Deus para nós...mas até quando ficaremos dormindo, desapercebidos ou insensíveis? 

Para mudar este quadro temos que aprender a exercitar a obediência aos pais e a Deus. Obedecer aos pais é um dos dez mandamentos que uma vez cumprido automaticamente nos trás bênçãos. Ele é nobre em relação aos demais mandamentos. Por exemplo: Quando a palavra diz “não matarás” não escreve mais nada no versículo, ou seja, sendo abençoado ou não você não deve matar. Não é um mandamento com promessa (Ef. 6.2). Honrar pai e mãe é um mandamento com promessa e a promessa são longos dias na presença do Senhor, saúde, vitalidade, honra perante Deus.

Paulo estava a caminho de Damasco para prender os crentes. Eu creio que Deus já tinha falado com ele muitas vezes antes disto. Mas ele recalcitrava contra os aguilhões....

Antigamente e até hoje em alguns povos o boiadeiro conduz a boiada com uma vara comprida com uma lança de ferro na ponta. Esta vara chama-se “aguilhão” Quando o boi saia do caminho dos demais o boiadeiro zeloso e preocupado dava uma “agulhada” no boi para que este voltasse ao caminho.

O boi que era esperto na primeira aguilhada voltava para o caminho, mas havia alguns que recalcitravam. No dicionário, a palavra “recalcitrar” significa: 1)Resistir obstinadamente, não obedecendo. 2.Revoltar-se. 3. Escoicear 4. Teimar, obstinar-se em. 5. Tr. dir. Replicar indelicadamente. 

Cada aguilhada no boi era um ferimento. O animal sangrava a cada aguilhada. Quanto mais aguilhadas mais sofrimento. No caso do boi não lhe é respeitado o livre arbítrio, ou seja ele não pode escolher seu caminho e pela força bruta era levado ao caminho dos demais pelo boiadeiro

No caso do homem há o respeito do livre arbítrio. O homem pode desprezar a Deus e a seus pais e partir para onde quiser. O aguilhão de Deus é para vida, mas fugindo de Deus o que lhe espera é o aguilhão do diabo que é para a morte. O pecado é o aguilhão da morte, um aguilhão dolorido e que “sangra” a alma até a morte. 

Com base nisto, o Eterno fala para muitos de nós: “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões”. 

Que possamos receber esta palavra como Paulo a recebeu se tornando num dos maiores evangelistas de todos os tempos.

O dia que aprendermos a não recalcitrar mais contra os aguilhões de Deus teremos como Paulo uma nova vida incendiada pelo amor e pelo poder de Deus.

Enquanto não vencermos a desobediência navegaremos na ilusão de um raquítico evangelho.

Que Deus abençoe.