Autor : Edgar Allan Poe Publicado em: maio 22, 2007O eu narrador, na sua infância gostou muito de animais e até teve vários deles em sua casa. Em sua vida adulta, casou-se felizmente com uma mulher que combinou em caráter e que também gostava de animais, de onde ele extraia sua principal fonte de prazer. Dentre os animais eles tiveram pássaros, peixes dourados, um lindo c o, coelho, um macaquinho e um GATO. Este era grande, belo, todo preto e de uma sagacidade de espantar. Plut o era o nome dele – era seu preferido dentre todos os animais. Somente o eu-narrador o tratava. O gato o acompanhava por todos os lugares da casa e pelas ruas. A amizade entre os dois durou muitos anos e no decorrer desses, graças Diabólica Intemperança, sofreu uma radical alteraç o para pior. Ele se tornava cada dia mais irritável, mais descuidado dos acontecimentos alheios. Passou a ser bruto, até mesmo com os animais os quais sofreram com sua mudança. Apenas restava consideraç o para com o gato Plut o – motivo este de certo afeto. Além desse mal, havia outro – o álcool. Até mesmo Plut o começou a perceber e experimentar os efeitos do seu mau humor. Certa noite ao chegar embriagado em sua casa, supôs que o gato evitava sua presença. Ent o o agarrou firme e com medo, o gato deu-lhe uma mordida na sua m o. Chegou a desconhec -lo. E num dado momento, o eu narrador saca do bolso do paletó, um canivete e com o mesmo, arranca um olho de Plut o. Apenas no dia seguinte, passada a bebedeira, percebe o erro cometido e com isso, se afaga no vinho para esquecer o ocorrido. O gato foi sarando... e andava pela casa como de costume. A irritaç o voltou e tomou conta do eu narrador. Havia um desejo profundo na alma de torturar-se a si próprio, de violentar a própria natureza, de praticar o mal pelo mal. Certa manh a sangue frio, ele enrola um laço no pescoço do animal e o enforca no galho de uma árvore. O eu narrador fala que o enforcou porque sentiu que ele o tinha amado e porque sentia que ele n o tinha lhe dado raz o para ofend -lo. Enforcou-o porqu sabia que assim fazendo estava cometendo um pecado mortal. Na noite da façanha foi despertado do sono pelos gritos de: Fogo! Fogo! A casa pegou fogo e foi totalmente destruída. Todas as paredes foram destruídas, com exceç o de uma que pertencia ao aposento externo. Na superfície branca dessa parede a figura gigantesca de um gato. Havia uma corda em torno de seu pescoço. Após o ocorrido, chegou a lamentar a perda do animal, pensando em substituí-lo por outro com as mesmas características. Acabou substituindo-o por outro, o qual se familiarizou com sua mulher e ele próprio. Este por sua vez passou a ter uma total predileç o pelo dono, acompanhando seus passos por onde estivesse ou passasse que com isso começou a causar profundo e absoluto pavor, terror e horror. A falta de um olho trazia lembrança a figura de Plut o, apenas uma mancha branca em torno do pescoço era a única diferença visível. Esta diferença foi se acentuando até tomar a forma exata de um laço (forca). Certo dia o eu narrador descendo a adega que se localizava no por o, tropeçou no gato, quase indo ao ch o. Irado pelo ocorrido, lança m o de um machado e tenta golpear o gato, sendo seguro pela mulher. O eu - narrador fica irritado e nervoso pela aç o da mulher. Atinge-a com a arma, matando-a instantaneamente com um golpe no crânio. Após t o horrendo crime, entrega-se tarefa de ocultar o corpo. Depois de muito pensar decidiu empareda-lo na adega, a qual já tinha uma parede falsa, que se adaptava bem a tal objetivo. A partir do momento em que começa o trabalho de ocultar o corpo da mulher, o gato desaparece, dando a ele uma noite agradável e sem pesadelos. Durante vários dias o gato n o apareceu, fazendo-o sentir-se feliz. A polícia aparece após o quarto dia do crime, fazendo uma vigorosa investigaç o em todos os resquícios da casa, mas n o encontrando vestígio algum. A polícia já estava preparando para partir, quando o eu narrador bate com uma bengala na parede, que ocultava o cadáver, ato este que provocou Um gemido velado e entrecortado como soluçar de uma criança e que se avolumou num grito prolongado, extremamente anormal e inumano, um guincho lamentosos de horror. Durante um minuto o grupo de policiais ficou imóvel e assombrado, mas em seguida derrubam a parede encontrando o cadáver decomposto e manchado de coágulo de sangue, sobre a cabeça do qual se achava assustado, o horrendo animal cuja astúcia o induzira ao crime e cuja voz delatora o havia apontado ao carrasco. O eu narrador havia emparedado o monstro no túmulo juntamente com a mulher. Para o eu-narrador a presença do gato preto dentro de casa, o tornava nervoso e irritável. Pode-se dizer que n o era propriamente o gato em si que causava esses distúrbios, mas seus próprios excessos, como a bebida. Tem-se também a impress o que o eu narrador é muito supersticioso e a figura do gato preto a todo o momento em seu caminho era elemento causador de todos os seus distúrbios mentais. Esse fato o levou loucura de cometer os mais diversos disparates e finalmente o assassinato horroroso de sua própria mulher, fato que o levou a pris o.